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Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2025
MP pede cassação de prefeito eleito e vice por compra de votos em Jauru.

Região Oeste

MP pede cassação de prefeito eleito e vice por compra de votos em Jauru.

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O Ministério Público Eleitoral (MPE) moveu uma ação contra o prefeito eleito de Jauru, Valdeci José de Souza, conhecido como "Passarinho" (União), e sua vice, Enércia Monteiro dos Santos (PSB), pedindo a cassação de suas candidaturas e a inelegibilidade de ambos. A acusação envolve um esquema de compra de votos e abuso de poder econômico e político durante as eleições municipais de 2024.

Ação de Investigação Judicial Eleitoral, assinada pelo promotor Eduardo Antônio Ferreira Zaque na última quarta-feira (4), foi motivada por denúncias e flagrantes ocorridos no período eleitoral. Em 3 de outubro, na véspera da eleição, Enércia foi presa em flagrante pela Polícia Civil sob suspeita de captação ilícita de votos. Após pagar uma fiança de R$ 80 mil, ela foi liberada, comprometendo-se a colaborar com as investigações e a evitar novos delitos. Além dela, outras seis pessoas foram detidas na operação.

As investigações começaram com uma denúncia anônima indicando que, na casa de Enércia, estavam sendo distribuídos dinheiro e materiais de campanha para eleitores. A Polícia Civil monitorou o local e registrou movimentações suspeitas. Uma eleitora foi abordada portando R$ 500 em espécie e santinhos de campanha. Ela confirmou ter recebido o valor em troca de seu voto e de sua presença em um comício.

Durante buscas na residência de Enércia, outras pessoas foram flagradas com grandes quantias de dinheiro, incluindo secretários municipais. Entre os detidos estavam:

  • Nelsina Ferreira de Oliveira Gomes (Secretária de Educação) com R$ 1.200,00.
  • Ronson Kenes de Souza (candidato a vereador) com R$ 600,00.
  • José Cícero da Silva com R$ 1.000,00.
  • Carlos Domingos da Costa (Secretário de Obras) com R$ 2.400,00.

As justificativas apresentadas pelos envolvidos sobre a origem do dinheiro foram consideradas inconsistentes pela polícia. Além disso, mensagens de aplicativos e vídeos anexados ao processo reforçaram as suspeitas do esquema.

O MP também apontou tentativas de obstrução da investigação. O vereador João do Carmo de Souza, conhecido como "Loro do Som", teria orientado o marido da eleitora abordada a modificar seu depoimento à polícia. Essa interferência teria sido articulada com o advogado de Enércia, que também sugeriu a troca do delegado responsável pelo caso.

Mensagens e áudios do celular de Enércia revelaram promessas de benefícios, como a manutenção de um ônibus escolar, em troca de votos. Transferências financeiras via PIX feitas por sua equipe também foram identificadas como parte do esquema.

Com base nas provas, o MPE pediu:

  • A suspensão imediata da diplomação de Valdeci e Enércia, prevista para 19 de dezembro de 2024.
  • A cassação dos registros de candidatura e diplomas dos envolvidos.
  • A aplicação de multa de até R$ 53.205,00.
  • A declaração de inelegibilidade por abuso de poder político e econômico.

O caso agora aguarda julgamento pela 41ª Zona Eleitoral, com pedido de urgência por parte do MP.

FONTE/CRÉDITOS: noticias - foto reprodução
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