O delegado titular da Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP), Caio Fernando Álvares Albuquerque, tranquilizou a população ao desmistificar a informação de que facções criminosas estão matando pessoas por fazerem sinais de grupos rivais. Segundo ele, os homicídios sempre têm outra motivação por trás e que gestos são apenas “falácia”.
A declaração foi dada em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (23), na sede da DHPP, depois de o delegado ser questionado sobre o perigo de fazer sinais com as mãos, o novo temor da população, que foram apropriados por facções criminosas.

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Para o titular da DHPP, não é porque a pessoa faz sinal que ela vai morrer. “A gente precisa entender as coisas, senão fica uma sensação de insegurança, de medo, um caos. O que a gente tem que demonstrar é porque determinada pessoa veio a óbito. Digo, asseguro, não é por conta de sinal. É por conta de um motivo que a investigação vai revelar”, garantiu.
Albuquerque explicou que, assim como as leis na sociedade, as facções criminosas também determinam ditames, mas que, em casos de descumprimentos dessas regras no mundo do crime, pode resultar em homicídios.
“Sinal é uma falácia! A gente precisa afastar essa conversa. Que as pessoas tenham paciência, que as pessoas acalmem-se para afastar essa história de que sinal descamba para a morte”, finalizou.
Mortes por sinais de facção
O temor instaurado na sociedade partiu de casos recentes, em que vítimas foram mortas supostamente por postarem fotos fazendo gestos com as mãos alusivos à facção criminosa rival dos autores do crime.
Entre os casos mais chocantes estão os das irmãs Rayane Alves Porto, 25 anos, e Ratielli Alves Porto, 28 anos, de Porto Esperidião. As vítimas foram torturadas e mortas de forma brutal em setembro do ano passado.
Imagens fazendo gestos com as mãos representando uma determinada facção criminosa também baseia a principal linha de investigação sobre a morte da rapper Laysa Moraes Ferreira, de 30 anos, a MC La Brysa. Seu corpo foi encontrado boiando no rio Cuiabá, no último dia 9, amarrado a uma lata cheia de concreto.
O delegado responsável pelo caso, Edson Pick, da DHPP, revelou que existem algumas imagens da rede social de La Brysa, onde ela faz um gesto que uma facção criminosa utiliza e que investiga se a organização pode ter recebido isso como uma afronta.

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Outro caso foi a execução do trabalhador alagoano Everson Santos da Silva, de 36 anos. Everson estava em Mato Grosso a trabalho. Ele foi morto por, supostamente, fazer um sinal associado a uma facção criminosa em um bar de Sorriso (397 km de Cuiabá).
A vítima foi encontrada em uma área de mata da cidade, no dia 10 deste mês, com as mãos amarradas, ao lado de uma árvore e com perfurações de arma de fogo.
Na quarta (22), a Polícia Civil teve como alvo de operação três suspeitos do envolvimento no assassinato, sendo um dos investigados mandante do crime, que está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE). Os autores foram alvos de mandados de prisão e busca.
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