Mato Grosso vive um cenário alarmante de saúde pública com o avanço da chikungunya, que já é a doença mais letal do estado em 2025, superando as mortes registradas por dengue e covid-19 somadas. Em apenas uma semana, o número de óbitos causados pela arbovirose cresceu 39%, com nove novas confirmações, totalizando 32 mortes. Outras 15 mortes ainda estão sob investigação.
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), até agora, foram registrados oito óbitos por dengue e 14 por covid-19 neste ano, números inferiores ao da chikungunya, que já atinge proporções epidêmicas em Mato Grosso, com mais de 24 mil notificações.
Embora muitas vezes subestimada em comparação com outras doenças virais, especialistas alertam que a chikungunya pode ser tão ou mais perigosa. Além de causar mortes, a doença pode evoluir para formas subaguda e crônica, com sintomas articulares persistentes por meses ou até anos, afetando diretamente a qualidade de vida dos pacientes.
Em entrevista ao jornal A Gazeta, o médico infectologista Luciano Corrêa Ribeiro chama atenção para a gravidade da atual epidemia. Segundo ele, casos graves têm se tornado mais frequentes, indo além das dores articulares e musculares comuns. “Temos visto um aumento expressivo de complicações neurológicas, como encefalite, além de casos de miocardite, que podem levar à morte”, explica.
Ele reforça que, embora a chikungunya sempre tenha sido uma doença grave, o aumento no número de infecções também eleva o número de casos com desfechos mais sérios. “A gravidade se acentua especialmente em pacientes com comorbidades, como idosos, diabéticos, hipertensos e cardiopatas, que podem evoluir para quadros críticos”, afirma o infectologista para a publicação.
A urgência em conter a epidemia exige ação imediata dos órgãos públicos e maior conscientização da população, que deve adotar medidas preventivas contra o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, o mesmo da dengue e zika.
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