Em depoimento à Polícia Federal, a ex-secretária-adjunta de Unidades Especializadas da Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), Carolina Campos Dobes Conturbia Neves, declarou que não tinha poder de decisão em processos licitatórios, afirmando que “quem assina é o secretário de Saúde”.
A fala ocorreu no contexto da Operação Panaceia, deflagrada para investigar irregularidades na área da saúde no estado.
Carolina, alvo da operação realizada na última sexta-feira (6), prestou depoimento voluntário por videoconferência, na presença do delegado Irineu Dias Tavares e de seu advogado, Ricardo Monteiro.
A ex-servidora explicou que suas funções estavam restritas à gestão hospitalar e que sua subsecretaria apenas encaminhava protocolos às áreas competentes.
“Eu recebia as solicitações, mas não fazia levantamento de preços nem participava de processos licitatórios”, esclareceu.
(Onair Nogueira - foto reprodução)
A investigação destacou o envolvimento de Onair Azevedo Nogueira, ex-diretor do Hospital Regional de Cáceres, preso durante a operação.
Carolina justificou que seu nome constava em documentos devido à tramitação de protocolos pela sua subsecretaria antes da assinatura final pelo secretário de Saúde.
O advogado da ex-adjunta comparou o caso à Operação Espelho, em que Carolina foi inocentada por falta de poderes decisórios.
A ex-adjunta revelou ter recebido, na sexta-feira (6), um pedido do atual secretário de Saúde para renunciar ao cargo, devido a desgastes políticos apontados em reunião com o governador.
Sua exoneração foi publicada no mesmo dia em edição extraordinária do Diário Oficial.
A Operação Panaceia cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, dois afastamentos de servidores e bloqueou R$ 5,5 milhões das contas de 12 investigados. O caso segue em investigação.
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