Um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho em Cuiabá, Ederson Xavier de Lima, o "Boré", é dos principais alvos da Polícia Civil de Mato Grosso, na Operação Rapadinha do Crime, deflagrada na manhã desta terça-feira (14).
A operação cumpriu 21 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão, 11 de bloqueio de contas e 25 de quebra de sigilo bancário e telemático.
Também sequestrou valores que ultrapassam R$ 1,1 milhão, conforme determinação do juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop (503 km ao Norte de Cuiabá).
Boré foi preso na Praia de Piratininga, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, no dia 28 de setembro.
Atualmente detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), na Capital, o bandido foi alvo de um novo mandado de prisão preventiva.
Além de ser apontado como chefe do Comando Vermelho (CV), Ederson Xavier de Lima ele é apontado como líder do esquema desbaratado pela Polícia Civil, nesta terça-feira (14).
A ação policial desarticulou um grupo criminoso responsável por operar um falso empreendimento de raspadinhas instantâneas, em mais de 20 cidades de Mato Grosso, incluindo Cuiabá.
As investigações apontam que Boré coordenava as ações financeiras da organização e definia as diretrizes da operação.
Uma das contas bancárias utilizadas no esquema estava em seu nome, e a chave Pix para pagamento era registrada em um número de telefone vinculado ao líder do CV no Estado.
A rede criminosa se espalhou por mais de 20 cidades, com núcleos operacionais locais que distribuíam os bilhetes, recolhiam valores e controlavam a contabilidade das vendas.
R$ 3 MILHÕES - Segundo a Polícia Civil, todo o sistema era estruturado para manter o anonimato da facção e mascarar a origem do dinheiro.
Em apenas seis meses, a facção movimentou mais de R$ 3 milhões por meio do esquema de jogos de azar.
Os bilhetes eram usados como fachada para lavagem de dinheiro e financiamento das atividades criminosas, criando fontes de arrecadação paralelas ao tráfico e à extorsão.
Também foi autorizada a apreensão e destruição do material de raspadinhas, incluindo centenas de bilhetes e banners de propaganda recolhidos durante as diligências.
Os mandados foram cumpridos nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Alta Floresta, Aripuanã, Brasnorte, Campo Novo do Parecis, Campo Verde, Castanheira, Colíder, Colniza, Confresa, Guarantã do Norte, Juara, Juína, Juruena, Lucas do Rio Verde, Matupá, Novo Horizonte do Norte, Novo Mundo, Nova Mutum, Pontes e Lacerda, Poxoréu, Primavera do Leste, Rondonópolis, Santa Carmem, Santiago do Norte, São José do Rio Claro, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra, Tapurah, Terra Nova do Norte e União do Sul.
As investigações, conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado e Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (GCCO/Draco), em conjunto com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), desvendaram uma estrutura criminosa complexa, responsável por um esquema milionário de exploração de jogos ilegais, usados para alimentar financeiramente a facção, que atua dentro e fora dos presídios.
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