Cáceres, MT — Conhecida por sua relevância histórica e econômica, Cáceres viveu seu auge de desenvolvimento nas décadas de 70 e 80, período em que se destacava como a terceira maior cidade de Mato Grosso. Naquela época, a cidade era um polo de produção agrícola e pecuária, sendo a maior produtora de cereais do estado e possuindo o maior rebanho bovino do país. Com uma representação política de peso, a cidade contava com senadores, deputados estaduais e federais que ajudavam a impulsionar seu crescimento.
No entanto, o cenário começou a mudar com o avanço das fronteiras agrícolas no norte do estado. A possibilidade de plantar em grandes extensões de cerrado atraiu grandes investimentos para aquela região, enquanto Cáceres, por suas características geográficas, como morros e áreas de pântano, viu seu potencial de expansão agrícola limitado. A cidade consolidou-se como um polo de pecuária, mas perdeu parte do dinamismo econômico que marcou seu passado.
Apesar das dificuldades para o agronegócio em larga escala, Cáceres manteve seu papel estratégico como polo regional de serviços, abrigando a sede de diversos órgãos públicos que atendem 22 municípios ao seu redor. Além disso, a criação da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) trouxe um importante impulso cultural e acadêmico para a cidade, formando uma das maiores concentrações de mestres e doutores do estado.
Contudo, a ausência de grandes indústrias e de investimentos em outras áreas econômicas fez com que a cidade passasse por um longo período de estagnação, especialmente a partir da década de 90. Durante esses anos, poucos políticos locais conseguiram atrair novos investimentos para a região, e a falta de um planejamento estratégico fez com que a cidade perdesse espaço na economia estadual, resultando em um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixo em comparação a outros municípios do estado.
(foto reprodução)
Em meio a esse cenário desafiador, alguns empresários acreditaram no potencial de Cáceres e decidiram investir e reinvestir em sua gente e em sua terra. Entre eles, destaca-se o Grupo Juba, que há décadas é um dos maiores geradores de empregos da cidade, contribuindo para o desenvolvimento do comércio local. O Comercial da Roça, também presente na região, é outro exemplo de resiliência, oferecendo produtos e serviços que atendem às necessidades dos produtores locais e fortalecendo a economia regional.
No setor de madeira e reflorestamento, a Cáceres Florestal e a Floreesteca se tornaram referências, contribuindo para a preservação ambiental e para a sustentabilidade econômica, integrando atividades como a produção de madeira e a pecuária. A Floreesteca, em particular, com seu projeto “Boiteca”, aposta na integração entre o plantio de teca e a pecuária, mostrando que é possível aliar desenvolvimento econômico e cuidado com o meio ambiente.
O setor de pecuária, que sempre foi um pilar da economia de Cáceres, também conta com a inovação e a excelência da Fazenda Camparino, Fazenda Grandene e do Grupo Cometa, que são referências nacionais em melhoramento genético. As iniciativas de genética bovina da Fazenda Camparino, Fazenda Grandene e da LC (Luiz Carsola) têm elevado o nível da pecuária local, colocando Cáceres em destaque no cenário nacional e contribuindo para a melhoria da produtividade e da qualidade dos rebanhos.
Agora, a partir de 2020, Cáceres começa a viver uma nova fase de retomada do crescimento, impulsionada por investimentos governamentais e novas perspectivas de integração econômica. A abertura de portos e a ligação da rota bioceânica, que promete facilitar o escoamento da produção brasileira para a Ásia passando pela cidade, trazem uma nova esperança de desenvolvimento. Empresas de diversos setores, como beneficiadoras de calçados, óleo de soja e massas de trigo, já demonstram interesse em se estabelecer na cidade, vislumbrando as oportunidades de crescimento e integração logística que a região oferece.
O interesse crescente de novas empresas em se instalar na região é um reflexo da resiliência daqueles que acreditaram em Cáceres durante os anos de estagnação. Empreendimentos como o Grupo Juba, Comercial da Roça, Cáceres Florestal, Floreesteca, as iniciativas de genética da Fazenda Camparino, Fazenda LC (Luiz Carsola), e o Grupo Cometa ajudaram a criar uma base econômica sólida, que agora torna a cidade mais atrativa para novos investimentos. Ao longo desse processo, surgiram boatos de que empresários locais estariam dificultando a entrada de novos concorrentes na cidade. Essa narrativa, entretanto, não se sustenta diante da realidade econômica: a dinâmica de mercado mostra que a concorrência saudável é benéfica para o crescimento de qualquer setor, como exemplificado pela proximidade de farmácias, bares e restaurantes que, mesmo lado a lado, prosperam juntos.
A chegada de novos empreendimentos e a integração regional representam uma oportunidade única para Cáceres reconquistar seu protagonismo econômico no estado de Mato Grosso. A cidade, que já foi um dos principais motores de desenvolvimento do estado, tem agora a chance de retomar seu crescimento, aproveitando os novos investimentos e a sua localização estratégica na rota do desenvolvimento bioceânico.
Se, por um lado, o passado recente foi de desafios, por outro, o futuro apresenta-se com promessas de novas oportunidades. E para aqueles que, ao longo de décadas, decidiram persistir e investir em Cáceres, fica a certeza de que a cidade tem muito a oferecer. O cenário atual aponta para um novo ciclo de crescimento, que poderá colocar Cáceres novamente no mapa do desenvolvimento estadual e nacional, fortalecendo sua economia e melhorando a qualidade de vida de sua população.
Parabéns a esses empresários e muitos outros que acreditaram e fomentaram a região da grande Cáceres – AO CRESCIMENTO.
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